domingo, 20 de abril de 2008

Associates









Associates


Uma das bandas chaves do movimento new wave inglês, o Associates era um duo formado por dois talentosos nomes – o vocalista Billy Mackenzie e o tecladista Alan Rankine. Em 1982 lançaram um excepcional trabalho chamado Sulk, cheio de sutilezas e requintado. Um clássico do gênero. O grupo, no entanto, teve vida curta e um triste final com a morte de Billy por overdose de pílulas, no dia 22 de janeiro de 1997. Aos 39 anos e muito deprimido, tomou uma enorme quantidade de um potente remédio e deixou um bilhete de adeus. Com ele, se foi uma das bandas mais sofisticadas dos anos 80 e um grande cantor.
“Billy tinha uma voz assustadora. Veja, eu consigo cantar em duas oitavas e meia, mas ele atingia quatro oitavas e meia!” A definição de Ian McCulloch, do Echo and the Bunnymen para a voz de Billy MacKenzie faz sentido.

William MacArthur MacKenzie nasceu em 27 de março de 1957, na cidade escocesa de Dundee e sempre foi uma pessoa extremamente quieta, embora de forte personalidade quando confrontado. Desde menino se apaixonou pelo som de grupos como Roxy Music, David Bowie e Sparks e desde cedo criou uma paixão compulsiva pela música. “Eu sou violento, e violento mesmo quando ouço falar de música. Eu canto para mim mesmo antes de dormir. Ela é minha melhor amiga.” E Billy tinha uma voz forte, teatral, intensa e adorava se inspirar em seus artistas favoritos para cantar.

Sua paixão pela música e sua voz incomum fez com que o jovem Billy começasse e dar seus primeiros passos para a fama. Em 1976 ou 1977 integrou um trio com Angela Forbes e Patrícia Wilson com outros músicos locais. A banda, da qual ninguém se recorda o nome, fez apenas duas apresentações e o repertório era basicamente de clássicos da soul music.

Após deixar o tal grupo, Billy entrou para um outro, chamado Stan and Deliver, igualmente inspirada em música negra. E um desses shows, apareceu um garoto chamado Alan Rankine. Rankine era guitarrista de uma banda chamada Caspian e já conseguia os dotes vocais de Billy, por intermédios de terceiros. E ao vê-lo e ouvi-lo resolveu convida-lo para entrar no grupo. Nesse meio tempo, foi convidado para entrar em outra banda, Bread Poultice And The Running Sores, que tinha Steve Reid como guitarrista.

Na primeira audição que fez com Caspian, surpreendeu ao cantar a-capela “The Great Gig In The Sky”, do Pink Floyd. Rapidamente, os dois começaram a escrever algumas músicas e em 1977 tiveram a primeira experiência em um estúdio, quando gravaram uma demo com o grupo. Essas demos foram distribuídas por vários selos e chamaram a atenção de Chris Parry, da Fiction Records, gravadora que ficaria famosa com o The Cure, pouco tempo depois.

Quando Billy e Alan chamaram a atenção de Parry, já não faziam mais parte do Caspian. Eles eram, agora, uma dupla chamada Mental Torture. O nome Associates nasceu da sigla “APB Music”, que significava Associação de Parry e Babson, nome da companhia fundada por Parry e que cuidava dos negócios da Fiction. Billy achou a palavra “Associates” bem mais fácil e comercial do que “Mental Torture” e assim o grupo foi batizado.

Mas antes de gravarem pela Fiction soltaram um compacto, em 1979, com uma cover de “Boys Keep Swinging”, de David Bowie e que havia sido lançada pelo camaleão no disco Lodger do mesmo ano.

capa do disco The Affectionate PunchInteressado no som diferente do duo, Parry os levou para o estúdio e de lá saíram com o primeiro disco, The Affectionate Punch.

O disco foi uma bela estréia e a prova de que o grupo era uma avis rara no meio pop. Paul Morley, da New Musical Express, descreveu o disco como “bom demais, espetacular demais para soar como apenas uma cópia de Bowie.” Segundo Morley, “Billy tem vocais remanescentes de Bowie, mas que Bowie jamais cantou com tanta paixão e sutileza como ele. "Os Associates soam como o evocativo Cure e o dramático Magazine. Suas canções são inventivas, consistentes, irônicas, irreverentes, o que faz do disco uma obra-prima.” Palavras elogiosas, não?

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